segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O Rio Grande e o Brasil: uma relação de vantagem unilateral


Historicamente o Rio Grande lutou. Pelas suas fronteiras, pelos seus ideais, pelos seus direitos. Não é motivo de espanto afirmar que o Rio Grande viveu e vive uma relação atribulada com o Brasil, pois luta pelo que acredita ser de seu direito. Entretanto, desde antes da Revolução Farroupilha até os dias atuais, é discutível a vantagem neste modelo de colaboração entre as duas partes.


Assim como ocorreu em diversos momentos ao longo da história, e gerou diversos conflitos de diferentes magnitudes, agora mesmo o Rio Grande é prejudicado pela política brasileira. Somente em 2008, o Rio Grande arrecadou em impostos para o Governo Federal R$ 22.061.331.423,00 e recebeu R$ 9.458.760.325,29, segundo dados da Receita Federal. A diferença é de aproximadamente 12 bilhões de reais.


São números grandes, mas para que se tenha idéia do que representam, tomamos como referência dois dos principais projetos de impulso às infra-estruturas no Rio Grande: o PAC (Programa de aceleração do crescimento) e a Copa do Mundo em 2014.


  • Através do PAC no Rio Grande, foram investidos cerca de R$ 315,8 milhões durante todo o ano de 2008.

Em virtude da Copa do Mundo, um evento de dimensões internacionais e impacto na história da civilização moderna, relacionamos alguns dos principais investimentos:
  • Construção da BR-448, representando um importante acesso alternativo à Porto Alegre, com 22,3 km de extensão: 820 milhões de reais.
  • Novo sistema de circulação e transporte em Porto Alegre, incluindo a implantação do sistema Bus Rapid Transit (ônibus rápidos e modernos): 210 milhões de dólares.
  • Linha 2 do metrô, do mercado até o Vale da UFRGS: 2,5 bilhões de reais.
  • Revitalização do cais do porto: 500 milhões.
  • Via de ligação direta do Porto Seco com a Av. Assis Brasil (beneficiando especialmente o setor de transporte de cargas): 27,2 milhões.
  • Qualificação do sistema viário da III perimetral: aproximadamente 73 milhões.
  • Prolongação da III perimetral: 78 milhões.
  • Sistema viário avenidas Beira Rio e Padre Cacique: 60 milhões.
  • Rede cicloviária: 9,8 milhões.


Não é preciso fazer muitos cálculos para se notar que somente com a diferença entre o arrecadado e o recebido, no total de R$ 12 bilhões, seria suficiente para todas estas obras, e com muitas sobras.


É impossível não imaginar como seria o Rio Grande se todos estes recursos fossem empregados conforme o nosso interesse e buscando o nosso desenvolvimento. É inadmissível não questionar até que ponto a relação entre o Rio Grande e o Brasil nos traria qualquer vantagem. E na hora da vantagem a nosso favor, ou mesmo da ajuda necessária, qual é o comportamento do governo brasileiro?


Em 2009, o Rio Grande teve um prejuízo de R$ 1,73 bilhão decorrente da seca no Estado, segundo a FARSUL. O Governo Federal, por meio da Medida Provisória 463, destinou R$ 880 milhões para municípios atingidos por efeitos climáticos no país. Do montante, apenas 2% foi destinado aos municípios gaúchos! Enquanto o nordeste recebeu R$ 550 milhões para sanar os efeitos das enchentes, o Rio Grande levou a irrisória quantia de R$ 20 milhões para tapar um prejuízo de R$ 1,73 bilhão com a seca. (fonte: FARSUL e Assembléia Legislativa do RS).


Apesar de todos estes claros indicadores econômicos, tenho como certa que a origem deste problema não é a monetária: o gaúcho vai se acostumando a viver ao estilo brasileiro. Acomodado, aceitador das injustiças, sem memória, inerte. Fortemente influenciado pela televisão e demais mídias de comunicação brasileiras, geração a geração de gaúchos vai sofrendo uma “brasileiração”. Influência esta que torna o povo cada vez menos crítico, menos ativo na sua sociedade e no seu país. Sem vontade de defender o que considera correto e estar disposto a dar a cara para que as mudanças aconteçam, fator certamente enraizado naqueles que aceitaram viver uma realidade tão injusta e desigual como é a do Brasil. É o mesmo sentimento de quem já desistiu de lutar por uma batalha perdida.


Quantas vezes não vimos os escândalos políticos serem esquecidos em questão de dias? Milhões de reais roubados? Milhões de pessoas prejudicadas? Centenas de criminosos perdoados? E no dia seguinte, futebol. Na falta deste, carnaval e novela. Nádegas é o que nos oferece o Brasil, no lugar do desenvolvimento e da melhor qualidade de vida.

sábado, 12 de setembro de 2009

Estados brasileiros e o Rio Grande do Sul: análises e projeções

Apesar do histórico desfavorecimento do Rio Grande do Sul frente aos interesses do eixo brasileiro, este insistentemente apresentou um interessante desenvolvimento e progresso, alcançando índices comparáveis aos dos melhores países do mundo (ver também A viabilidade do Rio Grande e o IDH).


O seguinte mapa apresenta um comparativo os estados brasileiros e o Rio Grande (clique para ampliar):



A clara posição de desenvolvimento apresentada neste mapa reforça a viabilidade do Rio Grande como nação, ou melhor, como a República Rio-Grandense, conforme o brasão presente na sua própria bandeira.


Analizando mais a fundo o IDH, podemos desmembrá-lo em:
  • Índice de desenvolvimento humano por longevidade
  • IDH por educação
  • IDH por renda


No que diz respeito à longevidade, o Rio Grande apresenta 0,827 pontos em um máximo de 1, colocando-se na 3º posição em comparação com o Brasil:




Em relação à educação, o IDH apresenta um índice de 0,921 pontos na 5ª posição em comparação com os estados brasileiros.




Estes resultados consideram os dados relativos a 2005, não contemplando, portanto, os resultados do último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado em 2008 e que destaca o Rio Grande do Sul na primeira posição na educação pública (ver também Ensino público leva RS ao topo)


Em relação à renda, o Rio Grande apresenta 0,748 pontos, na 5ª posição.




Pode-se observar que há sim neste mapa uma região de elevado índice de renda, com um pouco de esforço vemos o Distrito Federal em verde escuro. Curioso, não?


Apesar de não apresentar uma posição inferior em comparação com os estados brasileiros, é importante esclarecer que o Brasil não representa o parâmetro mais adequado, sendo este texto desenvolvido neste sentido somente devido à atual ligação do Rio Grande do Sul com este país.


Mesmo assim, 2 fatos são fundamentais:

  • O Rio Grande destaca-se pelo seu desenvolvimento em todos os indicadores, reforçando ainda mais a sua viabilidade como nação.
  • O Rio Grande tem sofrido um descenso nas posições do ranking de estados, devido à distribuição desproporcional de recursos realizada pela união. Uma das colunas apresentadas nos gráficos acima se intitula "Mudança comparada a 2000", de onde podemos chegar a tristes constatações.


Destacamos o segundo ponto: apesar do relativo destaque do Rio Grande no cenário brasileiro, o mesmo apresenta um descenso no ranking entre os estados em todos os criterios, a exceção da longevidade, muito provavelmente causados pela distribuição da renda desproporcional pela união. Aqui se destaca mais uma vez o elevado IDH de renda na região de Brasília, decisora da aplicação dos recursos de cada estado do Brasil e, obviamente, do Rio Grande do Sul. É fundamental não esquecer, jamais, que o Rio Grande produz e tem uma pequena parcela do seu esforço aplicada no que lhe interessa, sendo o restante, a grande parcela, utilizada por Brasília a seu bel-prazer.


Assim, os dados apresentados por um lado complementam o conceito da viabilidade do Rio Grande do Sul como nação, e por outro alertam para a perda de posições em comparação com os estados brasileiros. Uma vez mais, os fatos demonstram o quanto é clara a necessidade da autonomia Rio-grandense e que este decida por si só a sua sorte e futuro, afinal 'um povo de cordeiros sempre terá um governo de lobos'.


Imagens: Wikipedia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_estados_do_Brasil_por_IDH)

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

A viabilidade do Rio Grande e o IDH



Uma das principais questões que imediatamente nos vem à mente quando pensamos no Rio Grande do Sul como país é a sua viabilidade econômica e a qualidade de vida que seria alcançada.


Para efeitos de comparações entre nações, um dos indicadores mais usados mundialmente se chama IDH (Índice de Desenvolvimento Humano, ver http://hdr.undp.org/en/statistics/). Este indicador considera a esperança média de vida, o nível de alfabetização, a taxa de escolaridade e o PIB per capita.


O índice varia de zero (nenhum desenvolvimento humano) até 1 (desenvolvimento humano total), sendo os países classificados deste modo:
  • Quando o IDH de um país está entre 0 e 0,499, é considerado baixo.
  • Quando o IDH de um país está entre 0,500 e 0,799, é considerado médio.
  • Quando o IDH de um país está entre 0,800 e 1, é considerado alto.


Quando se analisa, portanto, a viabilidade de um país, obviamente a comparação com outras nações é um fator considerável para conhecer se as condições do mesmo seriam positivas ou negativas.


O Rio Grande do Sul apresenta atualmente um IDH de 0,832, sendo o 4º mais elevado da américa do sul, somente atrás de Chile, Argentina e Uruguai:


(Top 10 América do Sul - clique para ampliar)


Em termos mundiais, o Rio Grande do Sul se colocaria na 58º posição, a frente de países como Rússia, Turquia, Sérvia, Montenegro, China e o próprio Brasil que ocuparia a 71º colocação.
Apesar da enorme ligação que o Rio Grande do Sul possui atualmente com o Brasil, as comparações com o mesmo são menos importantes que a comparação com países mais desenvolvidos, claramente um parâmetro mais adequado e um modelo a ser alcançado.
Neste sentido, comparativamente com os países europeus, um dos melhores parâmetros disponíveis, o Rio Grande do Sul ocuparia a 31ª colocação, colocando-se em uma posição intermediária entre os mesmos:
 
(Lista de países europeus no top 100 mundial de IDH. Em comparativa com o Rio Grande do Sul - clique para ampliar)


Em comparação com as regiões e grupos econômicos mundiais, o Rio Grande do Sul ocuparia a 2º posição, somente atrás do OECD, que reúne 30 nações de referência global, e a frente da média dos países da europa central e ocidental, além de todos os demais grupos, enquanto que o Brasil se encontra hoje abaixo da média da América Latina e Caribe:



É fundamental destacar uma informação: o Rio Grande do Sul não recebe integralmente os recursos que envia à União. Pelo contrário, recebe um retorno desproporcional no sentido da redução. Ou seja, recebe de volta menos do que aquilo que envia.


Com a disponibilidade de mais recursos, hoje utilizados conforme o entendimento de Brasília, seria claro o potencial de crescimento e de melhoria de todas as condições consideradas no IDH e outros fatores mais.


Como conclusão, o Rio Grande do Sul apresenta claramente condições de desenvolvimento adequadas em comparação com os demais países, inclusive superando grande parte deles, e apresentando um potencial de crescimento ainda maior no caso de sua autonomia.


É evidente, portanto, através da análise de índices confiáveis como o IDH, suportado por fontes independentes, reconhecidas internacionalmente e de livre consulta, que o Rio Grande do Sul é um país viável.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Um ideal ainda vive

Uma bandeira, um hino, uma história de liberdade se fazem presentes hoje.


Aqui se apresentarão dados e análises sobre a independência do Rio Grande, sua viabilidade e motivações.