A Receita Federal do Brasil publicou, uma vez mais, um resumo das arrecadações de receitas federais por estado em 2011, havendo o Rio Grande contribuído com um total de R$ 30.758.271.806,77. A contrapartida, ou seja, o montante do total arrecadado que é transferido volta ao Rio Grande, conforme publicado pelo Portal da Transparência, foi de R$ 11.846.471.093,81, representando um saldo negativo de quase 19 bilhões de reais.
A grosso modo, é como se uma pessoa trabalhasse para comprar 30 produtos, pagasse à vista por eles, e logo recebesse somente 11 e assunto encerado. Se a nível individual já nos parece um absurdo, o que dizer se extrapolamos aos nossos quase 11 milhões de habitantes.
Qual a importância destes "produtos" que compramos, por seguir com o exemplo? Ora, estes são os nosso hospitais, as nossas estradas, escolas, parques, segurança, centros empresariais, pontos turísticos, centros esportivos e tudo aquilo que poderia melhorar a qualidade de vida de todos.
O pior é que esse prejuízo segue um comportamento histórico. Tomando como referência os últimos 5 anos, teremos:
- Em 2007, o saldo negativo foi de R$ 11.753.995.117,22.
- Em 2008, de R$ 12.602.498.465,28.
- Em 2009, de R$ 12.520.121.319,23.
- Em 2010, de R$ 16.592.589.473,60.
- E o já comentado em 2011 de 18.911.800.712,96.
Em apenas 5 anos, deixamos de receber um total de mais de 72 bilhões de reais de impostos arrecadados no Rio Grande! Além disso, entre 2007 e 2011 houve uma redução de 60% no saldo entre o arrecadado e o recebido, de 11,7 bilhões a 18,9 bilhões negativos.
E então, vemos tantas notícias sobre a nossa dívida pública... Com esse saldo anual tão desfavorável, que dívida temos com o Brasil?
Vale lembrar que, principalmente entre as décadas de 1950 e 60, o Rio Grande encontrou, no processo de endividamento, a forma de expandir seu desenvolvimento econômico, diferentemente do que ocorreu em outros estados, onde os investimentos em infra-estrutura foram financiados por meio de recursos da União.