sábado, 27 de fevereiro de 2010

Breves reflexões sobre a viabilidade Rio-Grandense


Seria o Rio Grande uma nação viável?


O Rio Grande apresenta claras condições de ser viável nos dias de hoje e sustentável a longo prazo como nação. Como base para esta afirmação, ver este texto sobre a viabilidade do Rio Grande.


E além disso:

  • Uma população de quase 11 milhões, constituíndo um potencial produtivo e de consumo considerável, sem considerar todos os gaúchos espalhados pelo mundo que certamente não serão poucos.
  • Uma área de 281.748,538 km2, maior que países como Áustria, Bélgica, Grécia, Holanda, Portugal, Suíça e Inglaterra.
  • Um IDH de 0,832, considerado elevado a nível mundial.
  • Uma esperança média de vida de 75,0 anos.
  • Um índice de analfabetismo de 5,0% e em redução.
  • Um nível educacional destacável. O índice de educação, calculado pela ONU, foi de 0,904 em 2000. Em 2007, o Rio Grande do Sul foi o estado brasileiro que obteve a média geral mais alta no ENEM, com 56,27 pontos. Na redação, os estudantes gaúchos de instituições públicas também garantiram o melhor desempenho, alcançando a média de 59,74 pontos.
  • Uma taxa de mortalidade infantil de 13,5 por mil nascimentos. A melhor do Brasil. Entre diversos outros indicadores que demonstram a auto sustentabilidade do Rio Grande.


Do ponto de vista puramente econômico, o Rio Grande se destaca pela diversidade da sua produção, fator fundamental para a assegurar a viabilidade de uma nação do ponto de vista dos recursos, apesar de haver diversos casos de países desenvolvidos com economias focadas em uma gama limitada de produtos.


Se destacam:
  • Na agricultura a produção de soja, milho, mandioca, cana-de-açúcar, uva, trigo, maçã, fumo, alho.
  • No extrativismo, a madeira, lenha, noz de pinho, madeira de pinheiro, erva-mate, carvão vegetal, pinhão.
  • Na pecuária, aves, bovinos, suínos, ovinos, equinos, bubalinos.
  • Na mineração, areia e cascalho, pedra britada, carvão, calcário, argila , água mineral.


Tal produtividade garante ao Rio Grande um balanço positivo com US$ 6,3 bilhões em exportações e US$ 4 bilhões em importações.


Entre os principais produtos exportados estão os calçados (21%), soja e derivados (15%), fumo (13%), carne congelada (7%), veículos e peças (7%), petroquímicos (4%) (dados de 2001). As importações se distribuem em: petróleo (18%), nafta (11%), fertilizantes (7%), veículos e peças (7%), máquinas e motores (6%), petroquímicos (4%) (2001).


Essa cadeia produtiva é suportada por uma desenvolvida infra-estrutura de transportes. O Rio Grande apresenta uma importante malha hidroviária, dezenas de aeroportos (sendo 4 deles internacionais), 153.960 km de rodovias, uma malha de 3.260 quilômetros de linhas e ramais ferroviários, importantes portos a nível do Mercosul, como os portos de Rio Grande, de Porto Alegre, de Estrela e de Pelotas.


Diferentes destinos turísticos complementam o cenário. O Rio Grande recebe anualmente cerca de 2,0 milhões de turistas de fora do Brasil. Se destacam entre as opções turísticas a Serra Gaúcha, o Vale dos Vinhedos, o Litoral, as Missões, a Rota do Yucumã, as Termas, o Turismo paleontológico e os parques nacionais e estaduais, além de todas as principais cidades.


Seria possível afirmar que uma nação com essas características não apresenta condições de
viabilidade?






Haveria benefício claro em caso de independência do Rio Grande?


Haveria a possibilidade de direcionar os nossos esforços e recursos conforme os nossos interesses, e na sua totalidade.


Somente isso já se considera um grande motivo. Haveria também a possibilidade de nos organizar de uma maneira mais eficiente e eficaz que a atual "ordem" do Brasil.


O governo brasileiro é claramente dirigido pela rede de poder que está por detrás dele. Portanto, obviamente não está orientado aos interesses do povo.


A máquina pública é um sem fim de ineficiências e burocracias.


A polícia é corrupta. O sistema jurídico é ineficaz. O povo é condencendente.


E além disso, haveria o claro benefício da preservação da nossa cultura, valores e costumes, muito diferentes daqueles praticados em terras tupiniquins.


O ser humano forma grande parte da sua personalidade com base no ambiente onde vive (ver Behaviorismo Comportamental). Se vivemos entre brasileiros, seremos brasileiros. Aos poucos perderemos a identidade gaúcha.






Estes benefícios não poderíam ser alcançados mesmo fazendo parte do Brasil?


Seria o caminho mais fácil, mas nem sempre esse tipo de caminho nos leva a onde queremos chegar. A idéia de ser uma eterna promessa aplicada ao Brasil é insuficiente para aquilo que podemos chegar a ser.






Por que poderia o Rio Grande ser diferente?


O simples fato de poder utilizar os nossos recursos e esforços de acordo com os nossos interesses e desenvolvimento já justificaria esta mudança.

Mas apesar dos fatores econômicos serem claramente favoráveis, não só da economia se determina um país. A cultura gaúcha impõe importantes valores e tradições, que influenciam no comportamento diário de sua população. Aliado a isso, o nível educacional superior é uma clara evidência do que cada povo faz pelo seu próprio bem. A maiores nações do mundo têm a sua base alicercada em uma grande educação.



Não alimento com este argumento a idéia ultrapassada, se é que teve cabida em algum momento da história, de pertencermos a uma cultura superior ou de sermos superiores. Simplesmente somos nós e como regra geral somos diferentes dos restantes brasileiros. O culto ao corpo fora de controle praticado no Brasil, entre dezenas de outros exemplos igualmente consideráveis, e que nos compara a objetos, frutas, animais... representa um claro insulto à inteligência.






Onde poderia o Rio Grande chegar?


É triste pensar no desperdício dos recursos produzidos no Rio Grande durante séculos de "colaboração" com o Brasil. Todos os anos a diferença entre o enviado à união e o recebido no repasse é calculado em bilhões de reais.


Este é o tamanho do potencial de desenvolvimento do Rio Grande.






O que pode ser feito pela sociedade?


Debates. Conversas. Que se desenvolva a idéia, que a transformem em algo realmente importante para a sociedade. Os próximos passos somente virão depois disso.


Não se pode permitir que o direito à auto determinação de um povo seja ridicularizado como o foi no passado, porque justamente este é o desejo daqueles que ganham dinheiro e poder pela nossa submissão.
Ademais, iniciativas como a RS Livre são importantes formas de debate e manifestação pacífica.


Certamente há outros movimentos, para todos os gostos, valores e filosofias. Mas independente destes, o meu sincero pedido à todos aqueles que pensam na próxima geração, nos seus filhos, ou que simplesmente buscam o desenvolvimento e uma vida melhor, é que pensem seriamente neste assunto e como transformá-lo em realidade.




No mais, que cada gaúcho faça a sua parte.

7 comentários:

  1. A atual "ordem" do Brasil, ou mais precisamente, o "polvo" brasileiro pode ser comparado aos títulos de Barão e Conde que Dom Pedro I oferecia aos seus nobres em troca de apoio político. Quanto ao "polvo" do outro blog, acho que foi, no meu ponto de vista, uma maneira correta de comparar os tentáculos daquele animal com o opressivo governo do planalto central.

    Coincidentemente eu havia feito a mesma comparação outrora, quando enviei um e-mail para um jornalista tentando dar o meu ponto de vista sobre uma coluna que ele havia composto para um jornal. Nele, eu havia escrito, que salvo algumas pequenas diferenças, as "ideologias" neste país não apresentam grandes desconformidades. A partir do momento que um partido A ou B chega ao poder, suas ações tornam-se cada vez mais parecidas visando, principalmente, a sua perpetuação no poder. O sistema corrupto e os "títulos de nobreza" permitem calar aqueles que, inicialmente, clamam por mudanças.

    Isso vem de muito tempo e a História do Brasil revela muito desse ciclo vicioso. Aliás, é desagradável ler a História do Brasil... Utilizando palavras de um ex-colega meu de faculdade, "o Brasil é uma fábrica de falsos heróis". Claro que nem todos foram assim. Existe gente de valor nessa História, muitos deles, por sinal, eram gaúchos. O ex-presidente Getúlio Vargas, por exemplo, acreditava no Brasil. Uniu o RS, chegou ao poder e, na tentativa de manter o país coeso diante das forças que ambicionavam o Catete, centralizou ainda mais o país. Foi um erro, mas de qualquer forma, foi a alternativa que ele viu para não se submeter às forças centralizadoras anteriores ao seu governo, sendo que até revolução reacionária muito bem propagada por seus inimigos teve que enfrentar. Por acreditar no Brasil, acabou suicidando-se. Algo pouco surpreendente, Plácido de Castro, por exemplo, responsável direto pela anexação do estado do Acre ao Brasil, acabou morto e seus carrascos nunca foram punidos.

    A heteregeonidade brasileira e a ambição pelo poder não permitem um governo centralizado confiável e justo. Aliás, não existe governo centralizado justo. Ou os estados ganham autonomia financeira e legislativa, ou a independência do Rio Grande do Sul, embora improvável, será um longo e árduo caminho.

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  2. Quando se pergunta a um convicto separatista gaúcho o motivo pelo qual ele defende a independência do Rio Grande do Sul, geralmente são ouvidas, entre outras, as seguintes causas: a negligência do poder central para com o estado e a diferença cultural perante o resto do país que aumenta à medida que nos dirigimos para o norte.

    O Brasil é um país heterogêneo, preza e se utiliza dessas diferenças como propaganda. Não há nada de errado em viver em um país heterogêneo. O Rio Grande do Sul é heterogêneo étnico e, conseqüentemente, culturalmente. No entanto, existe uma diferença entre o estado e o país. No meu ponto de vista, enquanto o Brasil tenta, talvez implicitamente, com a ajuda dos poderosos meios de comunicação, uma identidade nacional um tanto forçada baseada, sobretudo, nos modelos carioca, bahiano e do interior paulista para unir povos tão distintos, o Rio Grande do Sul já alcançou tal meta. Como? Através do tipo social “gaúcho”.

    O “gaúcho” é atraente aos olhos das pessoas. “Ele” é valente, preza a liberdade, gosta de viver em meio à natureza, é “positivo”, etc. Até o indumentário gaudério, com suas botas, bombachas, lenço no pescoço, entre outras características, possui a vantagem de encantar multidões. Esses são alguns dos motivos que fez com que esse “indivíduo”, que nasceu caboclo, conseguisse a façanha de aproximar as diferentes etnias que predominam no Rio Grande do Sul sobre uma mesma bandeira. O pavilhão tricolor! Isso é um fenômeno...

    Alguns dirão que esse “movimento” é artificial. Eu diria que o “reaparecimento” do “gaúcho” foi uma reação a uma cultura alienígena, porém o “consentimento” das diversas culturas rio-grandenses para com o “gaúcho” foi voluntário, portanto natural, principalmente pelo fato de vivermos sobre o mesmo chão.

    Não é de se surpreender que a admiração de uns e a conseqüente formação, reaparecimento ou, talvez lembrança, de uma identidade, gerasse certo “desconforto” sobre outros. Atualmente esse “movimento”, ou melhor, sentimento tem se espraiado mais, o que, evidentemente provoca a reação do “Império”. A mídia que predomina no Rio Grande do Sul, por exemplo, não perde a oportunidade de apresentar aos seus espectadores, em dosagens homeopáticas, o “patriótico” verde-amarelo. É o “gauchismo” incomodando...

    Lembrem-se: o “Gaúcho” já uniu o Rio Grande do Sul, por isso o rancor. O "Império" é um gigante com pés de barro.

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  3. Já é Copa do Mundo. Gosto de ver os jogos, porém não tenho time para torcer. Portanto, imaginei como seria uma Seleção Gaúcha entrando em campo. Uma seleção que, de fato, representasse o povo gaúcho.

    Eis a Seleção Rio Grandense na minha maneira de ver, eis seu grupo de jogadores, eis sua escalação:

    Grupo:
    Goleiros:
    Renan (Xerez ESP)
    Muriel (Internacional RGS)
    Marcelo Grohe (Grêmio RGS)

    Lateral Direito:
    Felipe Mattioni (Mallorca ESP)
    George Lucas (Santos BRA)

    Lateral Esquerdo:
    Michel Bastos (Lyon FRA)
    Neuton (Grêmio RGS).

    Zagueiros:
    Anderson Polga (Sporting POR)
    Jadson Vieira (Lanús ARG)
    Bolívar (Internacional RGS)
    Sidnei (Benfica POR).

    Volantes:
    Tinga (Internacional RGS)
    Adílson (Grêmio RGS)
    Mineiro (Schalke 04 ALE)
    Fábio Rochemback (Grêmio RGS).

    Meias:
    Anderson (Manchester United ING)
    Ronaldinho (Milan ITA)
    Carlos Eduardo (Hoffeinheim ALE)
    Diogo Rincón (AO Kavala GRE).

    Atacantes:
    Rafael Sóbis (Al-Jazira EAU)
    Daniel Carvalho (Al-Arabi KUW)
    Luiz Adriano (Shakhtar Donetsk UCR)
    Josiel (Jaguares MEX)

    Técnico: Luiz Felipe Scolari.

    Time Titular:
    1- Renan
    2- Felipe Mattioni
    3- Anderson Polga
    4- Bolívar
    6- Michel Bastos
    5- Adílson
    8- Tinga
    11- Anderson
    10- Ronaldinho
    7- Rafael Sóbis
    9- Luíz Adriano

    Camisa verde com a gola, extremidades das mangas e números vermelhos. Calções e meiões brancos com detalhes em vermelho e amarelo. Seríamos Campeões!!

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  4. Bah Max, eu estava pensando no mesmo agora!

    Quando vejo a seleção da Cataluña jogando no Camp Nou lotado de bandeiras e camisas que fazem referência ao país que tanto querem.. me dá um misto de admiração pelo que fazem eles, e uma sensação de que aquela bandeira podia ser a nossa, e aquela luta tinha tudo para ser a nossa também, mas com o empenho deles.

    Claro, cada um com as suas motivações e maneiras de chegar lá.. mas que manifestação maravilhosa seria essa.

    Em quanto às cores da tua camisa da seleção, acho que eu preferia um vermelho como predominante, mas isso este é caso para se ver uma do lado da outra e comparar.

    Um outro assunto queria comentar diretamente contigo, sobre este blog. Me mandas um mail?

    PB

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. muito bom o blg, demais!

    mas na escalação do amigo faltou o atacante carlos eduardo, e o lateral da seleção maicon!
    hehehhe abraços

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  7. Olá Felipe!

    O Carlos Eduardo está no grupo de jogadores. Quanto ao Maycon, esse sim, eu achei que ele fosse catarinense... Até mais!

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